As irmãs Brontë




Charlotte, Emily e Anne, as irmãs Brontë, nasceram no século XIX, na pequena aldeia de Thorton. Filhas de Patrick Brontë e Maria Branwell, que morreu prematuramente, delegando para a tia das crianças, Elizabeth Branwell, a tarefa de educá-las. 

Apaixonei-me pela escrita e estilo vitoriano após ler dois dos principais romances das irmãs, "Jane Eyre" e "O morro dos ventos uivantes". Vamos conhecer 6 curiosidades sobre a família Brontë, uma família que teve as suas vidas marcadas por um quê de mistério, poesia e tragédia.

1. O uso de codinomes

Como viviam no século XIX, uma época em que as mulheres não eram consideradas capazes. As irmãs Brontë apresentaram suas primeiras obras com codinomes masculinos. Charlotte - Currer Bell, Emily - Ellis Bell e Anne - Acton Bell.
2. Anne escreveu a primeira obra de cunho feminista

A segunda obra de Anne, "A Senhora de Wildfell Hall" foi publicada em junho de 1848 e rapidamente tornou-se um sucesso, esgotando-se em seis semanas. O livro retratava uma mulher que abandonava seu marido alcoólatra e agressivo, o que chocou a sociedade inglesa do século 19. Numa época onde uma mulher casada não se via independente do marido, a obra é considerada uma das primeiras a abordar o viés feminista com consistência, já que lidava com um assunto considerado polêmico.

3. Eximia atiradora

O pai das irmãs Brontë ensinou Emily a atirar. Ele atirava todos os dias e como uma medida de prevenção quando sua visão começou a falhar, o pai deu à Emily a responsabilidade de continuar realizando essa tarefa, pois acreditava que a filha tinha firmeza e era corajosa.

4. Popularização do nome Shirley

Foi com a ajuda de Charlotte e seu romance “Shirley, que mais meninas começaram a ser batizadas com o nome "Shirley". Considerado um nome masculino, foi a partir de 1849 que o nome se popularizou entre as meninas.

5. Curiosidades sobre a romance “O morro dos ventos uivantes”

O grupo de heavy metal “Angra” regravou a música “Wuthering Heights” título original em inglês de “O Morro dos Ventos Uivantes”, de Kate Bush. O livro também é o favorito da personagem Bella Swan, da saga crepúsculo. Com isso, a editora brasileira “Lua de papel” relançou o livro por aqui com a seguinte chamada na capa – “o livro preferido de Bella e Edward”.

6. Morte prematura 

As escritoras não chegaram nem a completar 40 anos de idade. Em dezembro de 1848, dois meses depois da publicação dos romances das irmãs Branwell faleceu vítima de seu abuso ao álcool e uso de láudano. Três meses depois Emily deixou esse mundo aos 30 anos vítima de tuberculose, tendo escrito apenas um romance "O morro dos ventos uivantes". Anne morreu no ano seguinte, aos 29 anos. A irmã mais nova publicou dois romances, "Agnes Grey" e "A Senhora de Wildfell Hall". Charlotte morreu em 1855, aos 38 anos, quando estava grávida de seu primeiro filho. Sua produção literária foi a mais extensa, com quatro romances publicados "O professor", "Jane Eyre", "Shirley" e "Villette".

Romances em ordem cronológica 

O Professor, Charlotte Brontë (Agosto de 1847)

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Apesar de publicado apenas em 1857, O Professor foi o primeiro romance escrito por Charlotte, o qual foi rejeitado ao ser oferecido às editoras junto com as primeiras obras de suas irmãs. Ele é narrado por um jovem professor inglês chamado William Crimsworth que vai para a Bélgica à procura de trabalho e se apaixona por uma de suas alunas.

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Jane Eyre, Charlotte Brontë (16 de outubro de 1847)
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É um romance de formação que acompanha a personagem desde a infância até a fase adulta. Durante sua trajetória, ela mora em diversas casas que foram importantes para o desenvolvimento de sua personalidade e de seus valores morais. Com uma vida solitária e cheia de percalços, Jane conquista o leitor por sua honra e sua inteligência, se tornando um exemplo para as mulheres do nosso tempo.  


O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Brontë (Dezembro de 1847)
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O único romance da autora narra a trágica história de amor entre Catherine e Heathcliff. Amigos de infância e cruelmente separados pelo destino. Mas a união do casal é mais forte do que qualquer tormenta: um amor proibido que deixará rastros de ira e vingança.

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Agnes Grey, Anne Brontë (Dezembro de 1847)
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Logo em seu primeiro romance, Anne demonstra seu talento ao escrever uma trama na qual a personagem-título passeia por temas importantes e levanta discussões sobre valores morais e costumes sociais da época.


A Inquilina de Wildfell Hall, Anne Brontë (Junho de 1848)


O segundo e último romance de Anne foi também seu maior sucesso. Ele acompanha a trajetória de Helen Graham, uma mulher forte e determinada que, em pleno século XIX, decide tomar as rédeas de sua própria vida e vai viver em Wildfell Hall com o filho. Lá ela encanta um jovem fazendeiro que fica incomodado ao perceber que a moça tem algo a esconder.


Shirley, Charlotte Brontë (1849)


Shirley narra duas histórias de amor. Apesar do título, a trama foca não só na herdeira Shirley Keeldar, como também na órfã Caroline Helstone. Com trajetórias muito diferentes essas duas personagens guiam o leitor por uma narrativa cujo drama psicológico e a busca pela identidade tem lugar especial.


Villette, Charlotte Brontë (1853)


Último romance de Charlotte, "Villette" é considerado como uma autobiografia da autora. Ele narra o conflito sentimental da personagem principal, Lucy Snowe, diante de dois homens, o professor Paul Emanuel e o médico John Graham Bretton. 

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