Dia da Consciência Negra

O dia nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. O dia foi escolhido em menção a morte de um dos maiores líderes antiescravagistas: Zumbi dos Palmares. O objetivo é fazer uma reflexão a importância do povo e da cultura africana na construção do nosso país. Dada a importância do dia, me veio a pergunta “Quantas autoras brasileiras negras você já leu?” Para te ajudar listei abaixo quatro importantes autoras negras, bora conferir?

1. Maria Firmina dos Reis

 

     

Nasceu em São Luís do Maranhão, em 11 de março de 1822. Entretanto, seu batismo ocorreu apenas em 21 de dezembro de 1825, constando na certidão sua condição de "filha natural" de Leonor Felippa dos Reis e estando ausente do documento o nome de seu pai.

Em 1880, adquiriu o título de mestra régia. Nesse mesmo ano, criou uma escola gratuita para crianças, mas essa instituição não durou muito. Por ser uma escola mista, a iniciativa da professora, na época, provocou descontentamento em parte da sociedade do povoado de Maçaricó. Assim, a escritora e professora entrou para a história como a fundadora, segundo Zahidé Lupinacci Muzart (1939-2015), da “primeira escola mista do país”. Já aposentada, continuou lecionando em Maçaricó para filhos de lavradores e fazendeiros.

Ao todo a escritora publicou três narrativas de ficção: Úrsula, de 1859, seguramente o primeiro romance publicado por uma mulher negra em toda a América Latina, e primeiro romance abolicionista de autoria feminina da língua portuguesa, no qual aborda a escravidão a partir do ponto de vista do Outro. Gupeva, de 1861, narrativa curta de temática indianista, publicada em capítulos na imprensa local, com várias edições ao longo da década de 1860, e o conto "A escrava", de 1887, texto abolicionista empenhado em se inserir como peça retórica no debate então vivido no país em torno da abolição do regime servil.

Maria Firmina dos Reis morreu, cega e pobre, aos 95 anos, na casa de uma ex-escrava, Mariazinha, mãe de um dos seus filhos de criação.

2. Carolina Maria de Jesus

 

     

É considerada uma das mais importantes escritoras do país. A autora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na Zona Norte de São Paulo, sustentando a si mesma e seus três filhos como catadora de papéis. Em 1958, tem seu diário publicado sob o nome Quarto de Despejo, com auxílio do jornalista Audálio Dantas. O livro fez um enorme sucesso e chegou a ser traduzido para catorze línguas.

Carolina Maria de Jesus nasceu em 14 de março de 1914, na cidade de Sacramento, em Minas Gerais, numa comunidade rural, de pais analfabetos. Era filha ilegítima de um homem casado e foi maltratada durante toda sua infância. Aos sete anos, sua mãe a obrigou a frequentar a escola, depois que a esposa de um rico fazendeiro decidiu pagar seus estudos, mas ela interrompeu o curso no segundo ano, tendo já conseguido aprender a ler e a escrever e desenvolvido o gosto pela leitura.

Ao mesmo tempo em que trabalhava como catadora, registrava o cotidiano da comunidade onde morava nos cadernos que encontrava no material que recolhia, que somavam mais de vinte. Um destes cadernos, um diário que havia começado em 1955, deu origem a seu livro mais famoso, "Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960.

Carolina de Jesus morreu aos 62 anos em seu quarto, em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, no dia 13 de fevereiro de 1977. Foi vítima de uma crise de insuficiência respiratória, devido a asma, doença que carregava desde seu nascimento, e que apesar de realizar tratamento, havia se agravado.

3. Conceição Evaristo 

 

      

Maria da Conceição Evaristo de Brito nasceu em Belo Horizonte, em 1946. De origem humilde, migrou para o Rio de Janeiro na década de 1970. Graduada em Letras pela UFRJ. É Mestre em Literatura Brasileira pela PUC do Rio de Janeiro e Doutora em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense. Em 2014, a escritora publica Olhos D’água, livro finalista do Prêmio Jabuti na categoria “Contos e Crônicas”.

4. Djamila Ribeiro 

 

   

Djamila Ribeiro nasceu em Santos, em 1980. Mestre em filosofia política pela Unifesp e colunista do jornal Folha de São Paulo, foi secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Coordena a coleção Feminismos Plurais, da editora Pólen, e é autora de “Quem tem medo do feminismo negro? ” (2018) e “Pequeno manual antirracista” (2019).

 

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